Bem fala quem bem lê e bem lê quem
bem escreve.
E o que vem a ser “bem escrever?”
Por jlcaon@terra.com.br 1301050720
“Ars gratia artis” (arte
pela arte) está bem presente em “scribere gratia scribendi” (escrever pelo
escrever). O escrever não precisa de recompensa, ele já é ela.
Escrever profissional ou
eruditamente é escrever para ser lido por leitor que não escreve. Escrever
amadora ou bricoleiramente é escrever para leitor que também escreve, como no
escrever cartas ou emeils.
As cartas formam a
literatura do gênero epistolar. Os emeils formariam a literatura do gênero
emeiliano?
As pessoas que recebem
carta e não a respondem não são denunciadas como o são as pessoas que recebem
emeils e ou não os respondem ou não acusam tê-los recebido.
A existência digital tem
algo que os antigos pensavam estar no Juízo Final: o “nihil inultum remanebit”
(nada ficará oculto). Agora, isso não precisa ser postergado para o Juízo
Final! A informática está permitindo moralizar esse país.
Não é incomum ver o
sistema confirmar que o emeil enviado foi aberto ou lido. Mesmo assim, emeilistas
relapsos dizem que não receberam o emeil, confirmado pelo sistema. A existência
digital moraliza!
A pergunta inicial “que
é bem escrever?” teria outro encaminhamento senão o de considerarmos nossa
escrita como a feição de nosso corpo? O estilo não é a feição de nosso corpo?
Não adianta fazer pose para aparecer diferente na foto. Não
adianta fazer cópias, plágios, citações. Citar, copiar, plagiar é se mostrar,
mesmo achando que estamos posando.
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