PRIMEIRO AS COISAS PRIMEIRAS
Por jlcaon@terra.com.br
21set2011
O fundamental é a vivência. Vivência ou é vivência do absolutamente novo ou vivência do que já nos é familiar.
Chamo de experiência à vivência de vivências. Toda experiência é vivência, mas, enquanto vivência é vivência de vivência (isto é, do já vivido, o familiar).
Entendo que não se deve chama de experiência àquilo que vivemos como degustação, experimentação, apalpação, provação. Por exemplo, provar uma bebida para a gente sentir e estimar o gosto dela, pode ser uma experimentação, um experimento.
Quando voluntária ou involuntariamente submeto meus órgãos dos sentidos (percepção) como quem prova algo, então estou fazendo uma experimentação, por meio de uma vivência. Essa experimentação por meio de vivência se torna experiência.
Essa vivência pela experimentação pode ser levada em consideração, no momento em cima do lance, ou depois. Mas, se não for levada em consideração perde-se como quando se faz um buraco na água?
Não bastaria viver vivências? As vivências levadas em consideração em cima do lance ou depois se transformam em aprendizagens. Já nas antigas sabedorias se diz que o tolo aprende com o sofrimento (com as vivências dos sofrimentos). Mas, tolo que aprende com o sofrimento já é um pouco sábio. Todavia, essa aprendizagem, mesmo com sucesso transitório do tolo, não é para sempre...
Repetindo: não basta ter vivências. Se as vivências não forem levadas em consideração não se tornarão experiências, ou aprendizagens. E mesmo que se tornem experiências e aprendizagens, são experiências e aprendizagens temporárias, isto é, o tolo que deixou de ser tolo por ter aprendido com o sofrimento ou com o sucesso, pode voltar a ser tolo e não tirar proveito do que aprendeu. Não é isso que se passa com a maioria de nós na maior parte de nossas vidas?
Assim como a percepção é levada a efeito por meio de muitos órgãos dos sentidos, assim também a intelecção também é levada a cabo por muitos órgãos da inteligibilidade.
Dá para se ver, desde já, que uma das vias de que nos servimos para aprender é a senso-percepção. Outra é a intelecção ou inteligibilidade.
Mas, desde crianças, antes de nos concebermos como gente, lançamos mão de uma outra via que me parece bem diferente tanto da senso-percepção como da intelecção ou inteligibilidade. Trata-se daquilo que em hebraico primitivo se chama de “emunah”.
(http://www.adventistas-bereanos.com.br/2005janeiro/emunahaletheiaveritasemeiasverdades.htm (Em 21set2011)
É aquilo que os latinos chamamos de fidúcia, confiança. Confiamos em nossa mãe, nosso pai e amigos de nossa mãe e nosso pai e assim por diante. Daí, para confiar em entes não acessados pelos nossos órgãos dos sentidos ou pelos nossos órgãos da inteligibilidade, não é muito difícil. Crenças, crendices, fé e processos mentais parecidos todos têm como denominador comum a confiança, a fidúcia. A transferência psicanalítica pertence ao gênero da confiança ou não?
Se revisares o que foi lido até agora perceberás que dá para a gente se situar dentro de um triângulo: um desses lados é a senso-percepção com seus órgãos; outra a intelecção com seus órgãos; outra a fidúcia, com seus órgãos. Mas, não é difícil identificar os órgãos da senso-perçepção e da intelecção. Mas, que órgãos podemos supor para a confiança ou fidúcia? Isto fica para outra vez que pode ser agora contanto que alguém se ponha a fazê-lo.
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