segunda-feira, 1 de agosto de 2011

POR QUE O TEXTO DO PARADISO DA COMMEDIA DE DANTE É DEIXADO DE LADO INCLUSIVE PELOS CRISTÃOS ESPECIALMENTE PELAS CATÓLICOS?
jlcaon@terra.com.br

É sobejamente sabido de todos que dos três poemas da CoMMedia de Dante, o que menos atrai aos leitores em geral é o Paradiso.
Primeira razão que há tempo descartei: os não-crentes no cristianismo aceitam os textos do Inferno e do Purgatório, pois que trata da experiência sofrente de cada dia, uma psicopatologia da vida cotidiana transposta em imagens muito fortes e muito tocantes. Qualquer leitor crente ou não-crente se sente à vontade, tem experiência desses padecimentos, “conhece esse filme”. Os não-crentes não se sentiriam à vontade com o texto do PARADISO porque, descrentes, não acompanham nem entendem a fé cristã de Dante.
Mas, essa não é a razão, pois que muitos crentes no cristianismo, especialmente católicos, em geral turrões, não gostam do texto do Paradiso de Dante. Mas, se são crentes, por que é que também não gostam do Paradiso?
Pois, não basta ser crente para acompanhar Dante no Paradiso, é necessário conhecer a visão de mundo de Dante, que inclui também profundo conhecimento teológico, da mística e da espiritualidade cristãs. Não é por nada que se diz que a CoMMedia é considerada como uma minissuma teológica e um quinto evangelho.
Então, para acompanhar Dante no texto do Paradiso, não basta saber o catecismo e os chavões do cristianismo, especialmente o da cristandade medieval, é preciso conhecer a teologia do monoteísmo e da economia do politeísmo. Mas, o que é essa teologia e essa economia?
Radicalmente falando, o cristianismo, enquanto religião, não é um monoteísmo nem é um politeísmo: é algo que fica entre o monoteísmo e o politeísmo.
A POLÍTICA de sustentabildiade para os três anéis do borromeu não apareceria sem a ECONOMIA da relação desses três anéis, uma ser se revela pela sustentabilidade e a outra, pela relação dos três.
Até que ponto, muito do lacanismo, não seria uma política e uma economia secularizadas e, justamente por isso, se dá tão bem na teoria da clínica psicanalítica?
Os ignorantes, enquanto crentes turrões, não desfrutam do texto do Paradiso nem do que Agamben sugere e esclarece em "L'amico". Os ignorantes, mesmo lacanianos, não combatem o espiritualismo ou mistica, mística e espiritualismo que Lacan sabia apreciar como conferir. Os ignorantes são fundamntalistas deitados não porque têm uma visão de mundo como Dante ou Lacan, mas, porque são ignorantes preguiçosos.
O fundamentalismo ignorante, na psicanálise, é tão perverso quanto é perverso junto aos ignorantes que se dizendo cristãos, como o assassino da Noruega, não leem nem estudam a bíblia e outros textos do cristianismo. Assim como aqueles terroristas muçulmanos, que, sem lerem ou estudarem o Corão e os textos do islamismo, degolaram, em nome de Alá, os monges, como aparece no filme-documentário "Deuses e homens".
Conclusão: penso que depois do Iluminismo tudo que não se relacionar de uma forma ou outra com o Iluminsmo (mesmo sabendo que o Iluminismo nem sempre ilumina tanto) é uma versão de nihilismo inocente, disfarçado em crença humilde, burra, fé de carvoeiro, mas muito perigoso e destrutivo. Despreza o sábio lema: “fides quaerens intellectum” (a fé que busca o entendimento).
Depois de Aristóteles com a racionalidade e de Kant com o iluminismo, temos é claro o marxismo, a psicanálise, mas, onde marxismo e psicanálise não se enxertarem na racionaldiade e no iluminismo haverá esse consumismo psicanalítico que se presta a qualquer integração e congrassamento, mesmo que para tanto, tenha que abandonar o ferrão da racionalidade e do iluminismo.
E così la nave va! Abr jlcaon

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