segunda-feira, 17 de setembro de 2012



Casamento livre x  voto obrigatório: a quem interessa?

         Por jlcaon@terra.com.br 120916380122

         Suponhamos uma lei que obrigasse a todo brasileiro com dezoito anos ser obrigado, de dois em dois anos, a apresentar-se ao juiz de família, pouco importa para casar ou continuar como está. E essa obrigação de se apresentar perante o juiz de família vale para aquele que já se apresentou como para aquele que nunca se apresentou. Isto é, não importa casar ou não casar, estar ou não estar casado, tem que se apresentar ao juiz de família de dois em dois anos.
Os cidadãos são tradados como menores nesse regime?
Devagar! Que no Brasil, eu, depois dos setenta anos, estou livre dessa obrigação. Quer dizer que quanto a essa obrigação de me apresentar ao juiz eleitoral de dois em dois anos, eu me tornei maior não aos vinte e um anos de idade como era até pouco tempo nem aos dezoito anos como é atualmente, eu só me tornei maior aos setenta anos.
Penso que escolher cônjuge e casar é civilmente muito mais sério do que votar. Ora, escolher cônjuge não é obrigatório. Nem se é obrigado a prestar contas se se quer escolher cônjuge ou se já se escolheu cônjuge.
Esse país resolveu esse problema de votar num parceiro/a e casar. O brasileiro é maior a partir dos dezoito anos.
Não resolveu o problema do voto livre. Como pode ser livre o voto se é obrigatório? Não é isso um vício redibitório da razão jurídica desse país?


 
         Casamento livre x voto obrigatório: a quem interessa? (II)
         Por jlcaon@terra.com.br 120917380209
         As experiências aos trancos e barrancos da democracia brasileira perpassam três séculos. Um denominador comum dela é a obrigatoriedade jurídica do voto com intermitências de suspensão das garantias individuais, incluída a obrigatoriedade do voto. Mas, isso se parece à suspensão da obrigatoriedade de escovar os dentes para todos os que ficaram reduzidos a banguelas.
         Há “lógica” de comunicadores, apresentadores, palestradores, articulistas nos canais de comunicação afirmando explicitamente que o brasileiro ainda não está maduro para exercer a liberdade do voto livre. Ora, o brasileiro aprende cedo muitas coisas: ler e escrever, dirigir automóvel, usar cartão eletrônico, celular, internete, casar, divorciar-se, mas, não aprende a votar!
Até brasileiro analfabeto tem a honra de poder votar obrigatoriamente! Assim, o voto obrigatório iguala a todos os brasileiros.  Voto imposto que democratiza!  
Ora, quando se é obrigado a aprender, não se aprende, ou se se aprende, aprende-se apenas para sair da obrigação de aprender. As aprendizagens conquistas obrigatoriamente duram até o momento em que o aprendente se libertou da imposição. Caso mantenha a aprendizagem, ele a ressitua, agora, no espaço de liberdade em que é livre para reaprender aquilo que aprendeu acabrestado.
         Penso que canalhas continuam a ser eleitos enquanto o voto for obrigatório. Sempre foi mais fácil persuadir rebanhos acabrestados do que conduzir homens livres.
         Na liberdade, o cidadão escolhe votar. O saudosos acabrestado poderá aprender a votar, mas somente enquanto cidadão livre. Em liberdade, o cidadão brasileiro aprenderá a votar.  
        


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