Se o que se
ouve dizer, for verdadeiro: "mas, na prática, a teoria
é outra", então a prática é que é de verdade a teoria?
PRATICAR é fazer aquilo que Dodo (Tradução: Faça-Faça), do Carrol,
diz para Alice: “the best way
to explain, it is to do it” (a melhor
maneira de explicar algo, é fazê-lo). A isso eu acrescento: “e é fazê-lo a gente
mesmo e do jeito da gente mesmo.” Então, “a melhor maneira de explicar algo é fazê-la a gente
mesmo e do jeito da gente mesmo”.
E há mais. Todavia, para dizer bem
aquilo que a gente faz, é preciso se
fazer entender, pelo menos se fazer entender pelos mais próximos da gente.
E não basta nos fazermos entender
dizendo FREQUENTE E CONSTANTEMENTE
uma e mais vezes o que estamos fazendo para os que estão mais próximos da gente!
É preciso que,
entre esses que estão mais próximos da gente, haja os que se dispõem a ser generosos e capazes de
iniciativa em nos escutar e de nos ler.
Digo mais
ainda. Que se disponham à generosidade
e iniciativa de nos escutar e de nos ler uma e mais vezes e nos digam uma e
mais vezes o que estão escutando e
o que estão lendo.
Isto é que é conversação de verdade,
isto é se incluir
como interlocutor válido.
O resto é continuar no gozo de se fazer
passar por defunto, o que é uma DESCARADA
HIPOCRISIA, pois quem se faz passar por defunto, defunto não é.
Defunto que é honesto não finge que é defunto.
Vivente é inescapavelmente vivente: não consegue fazer de conta que está vivo, mas pode fazer de conta que
está defunto. O
que vem a ser, insisto, uma baita e descarada hipocrisia, um gozo pérfido, o gozo mais infeliz e
desafortunado, mas cultivado pelo brasileiro, cujo desejo não é se finar e desaparecer, mas desejo de hipocritamente se fazer passar
por defunto. É a miséria de nossa nacionalidade
onipresente nas mais simples e cotidianas situações!
(Carroll:
Alice’ adventures in wonderlands,
Chapter 03).
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