Aprendizagens acroamáticas versus aprendizagens erotemáticas e aprendizagens erotemáticas catequéticas versus aprendizagens erotemáticas socráticas ou maiêuticas.
Para IvoneM e IvoneS
#119 MÉTODO ACROAMÁTICO OU MÉTODO EROTEMÁTICO: Acroamático, o método o é na medida em que alguém ensina apenas; erotemático, na medida em que também questiona. O segundo método pode, por sua vez, dividir-se no método dialógico ou socrático e no método catequético, conforme as questões se dirijam seja ao entendimento, seja meramente à memória.
OBSERVAÇÃO: Não se pode ensinar segundo o método erotemático a não ser por meio do diálogo socrático, no qual ambos os interlocutores têm que interrogar e também responder alternadamente, de tal sorte que parece que o discípulo também é, ele próprio, um mestre. Com efeito, o diálogo socrático ensina por meio de questões, ensinando ao aprendiz como conhecer os princípios da sua própria razão e aguçando-lhe a atenção para isso. [166] Pela catequese, porém, não é possível ensinar, mas apenas indagar o que se ensinou acroaticamente. Por isso, o método catequético vale apenas para os conhecimentos empíricos e históricos; o dialógico, ao contrário, para os conhecimentos racionais
#120 MEDITAR: Por meditar deve-se entender refletir ou pensar. A meditação tem que acompanhar toda leitura e aprendizado; e, para isso, exige-se antes de mais nada proceder a investigações preliminares e em seguida pôr em ordem os seus pensamentos ou ligá-los segundo um método. (Immanuel Kant, Manual dos cursos de Lógica Geral. Editora Unicamp, 2006).
IvoneS e IvoneM,
Esse problema de, com quatro cortes verticais, repartir um bolo em dezesseis pedaços absolutamente iguais, permite que lhes conte aquilo que, em algo, me diferença dos outros, desde bem novo.
Creio que devi ter uns cinco anos e meio, quando participava numa roda de umas seis crianças. Cada um tinha que contar uma história. Quando chegou minha vez, me dei conta que as histórias que eu sabia contar, já tinham sido contadas. Não deixei passar a vez e inventei, na hora, em cima do lance, uma história que nem eu conhecia. Fiquei surpreso pelo fato de que todos ouviram atentamente minha história inventada na hora, como se fosse uma história dessas que se contam repetidamente. Descobri bem cedo, na minha vida, que o meter a colher torta da gente sempre rende efeitos. É isso que faz a uma grande diferença e é graças a isso que me tornei diferente e continuo diferente. Hoje, também sei que nem sempre esses efeitos são causa de aprendizagens para os outros. De fato, com mendigos avarentos não dá para trocar nem pérolas, muito menos trapos. E não é junto a mendigos que se podem encontrar pérolas, pois, pérolas para eles são seus trapos.
Outra situação. Como sabem, meu pai era professor do ensino fundamental. Graças a isso, ele recebia alguns livros didáticos que ficavam guardados em casa, já que o salão da casa era a sala de aula. Quando a sala de aura não era o salão da casa, então era a casa anexa, a dita cozinha dos primitivos colonos ítalo-brasileiros, que era uma construção, às vezes, ligada à casa, por meio de um corredor, coberto, como era a cozinha da casa em que nasci; às vezes, bem distanciada da casa, como eram a maioria das cozinhas das casas desses colonos. Os colonos ítalo-brasileiros mais antigos construíam a cozinha separada da cãs, para que, no caso de incêndio, pelo menos uma das dependências podia ficar a salvo.
Na casa do meu pai e da minha mãe, a sala de aula era o salão da casa, a mesma em que estavam os quartos de dormir. E a sala de estar era a sala da cozinha onde se faziam as refeições.
Entre os colonos ítalo-brasileiros, apareceu uma inovação, nas construção das casas, com o advento do fogão a lenha. As casas passara a ter um puxado, uma extensão diretamente ligada à casa. Nesse puxado, instalava-se a cozinha e a sala de jantar.
Em janeiro de 1946, meu pai desmanchou a casa velha e, junto com um carpinteiro, ajudado pelos filhos Firmino e Esmerilda, que o ajudavam a serrar as toras, construiu uma casa nova com puxado anexo. Nessa casa, o salão passou a ser a sala de aula. Deixei de morar nessa casa, em junho de 1948, quando, de Santanna Vecchia, numa tarde e noites memoráveis, fizemos a mudança, levando na carroceria de um caminhão, os pertences que tínhamos. Contarei mais, oportunamente, sobre as vicissitudes dessa mudança.
Retomando aquilo que chamei de “Outra situação”, ainda guardo na memória o livro de aritmética, usado pelos professores do ensino fundamental de todo o Brasil. Este livro continha grande quantidade de problemas não-sresolvidos. Mas, todos traziam a resposta correta. O conselho de não olhar para a resposta, mas, encontgrá-la a partir dos próprios cálculos e reciocínios, evidentmente, nunca era seguido. É claro que, umensino dialógica cate´quetico, não tem moral para aconselhar aparendizagens inventivas.
Pergunto-me, como é que,d entro do ensino dialógico catequético religioso e escolar, eu consegui encontrar outra saída. Em primeiro lugar, o espírito de irreverência de humor, embora muito recatado, de meu pai, que fazia rirem os outros, foi minha primeira estrela.
Sei que as pessoas que, ou por preguiça e desleixo, ou por rebeldia ou oposição, rejeitam as aprendizagens, especialmente quando essas são somente dialógico-catequéticas religiosas ou escolares, sei que essas pessoas ficam tão miseráveis que nem mais são capazes de aprendizagens. Como os banguelas que não têm jamais cáries nos dentes, essas pessoas não tem mais problemas com as aprendizagens.
Eu tive a sorte de ter acolhido o ensino dialógico-catequético religioso e escolar por inteiro. E, mais ainda, ter-me tornado um aprendente exímio e o mais premiado nesses ensinos.
É curioso que, em agosto de 1949, um pouco antes de completar nove anos, prestei exame de catecismo para a primeira comunhão. Sai-me brilhantemente, sem segunda época, coisa que muitos colegas meus tiveram que fazer. As crianças que passavam no exame de catecismo não mais precisavam freqüentar a doutrina catequéticas nas horas intermináveis de catecismo, aos domingos de tarde. Todavia, algumas famílias, procediam diferentemente: obrigavam as crianças a freqüentarem o catecismo, mesmo depois de essas crianças, como no meu caso, sabê-lo de cor, de cabo a rabo. Assim, obrigado, por um lado por meus pais, especialmente, por minha mãe, e seduzido, por outro lado, pela oportunidade de me exibir por outro, eu freqüentava o catecismo, nas tardes dos domingos, inclusive nos anos 1950, 1951 e 1952, apesar de já ter dado todo o catecismo já em 1948. Foi como ficar na primeira série do ensino fundamental, depois de ter passado na primeira série e já estar bem alfabetizado.
O que me aborrecia nesse “aprendizado” inútil, embora dilógico-catequético religioso, era o fato de perder o jogo de futebol com os outros meninos que não mais frequentavam o catecismo. E o que me fascinava era o fato de ser reconhecido como um aprendente brilhante! Esse fascínio me fez aprender o latinório dos coroinhas e logo, com nove anos apenas completos, já em 1950, tornei-me capaz de ajudar sozinho a missa celebrada por qualquer sacerdote. Um coroinha ocupa um lugar de destaques, alimentando a desde de vaidade e de prestígio tanto do menino como dos familiares dele, especialmente, da mãe, como era no meu caso.
A vaidade e o prestígio são manifestações – não as únicas – da demanda, muitas vezes secreta e dissimulada, que leva uma pessoa a buscar reconhecimento, quer sob forma de glória, aplauso, respeito, celebridade, fama ou mesmo sob a forma de repúdios, desprezos e humilhações. Aparentemente, a satisfação dessa demanda de reconhecimento, pode fazer a pessoa se ver não como apenas mais uma, mas que, em algum aspecto, essencial para a pessoa, a pessoa se acha assim diferente de todos e de tudo. De fato, cada pessoa é essencialmente diferente de todos e de tudo. Essa diferença fundamental pode ser excitante e estimulante como um troféu, por um lado, mas por outro pode ser uma cruz danada. Troféu ou cruz, tanto faz, ninguém a não ser a pessoa mesma poderá se responsabilizar por essa diferença. Ninguém a não ser a pessoa mesma poderá dizer “eu” não lugar dela mesma. Cada qual é responsável pela sua diferença, quer essa diferença seja vivida como troféu enobrecedor ou como cruz humilhante.
Então, o problema de, com quatro cortes virtuais, repartir um bolo em dezesseis pedaços absolutamente parecidos pode ser enfrentado por meio de métodos de ensino-aprendizagem dialógico-catequético por meio de métodos de ensino dialógico-maiêutico ou socrático.
Em grego, o termo “pergunta” se diz “erótema”. Por isso o método erotemático dialógico se opõe ao método acroamático monológico (feito por monólogos, como uma aula expositiva). O método por meio do qual um ensinante apenas faz exposição, isto é, totalmente destinado ao ensino tipo aula expositiva – pensemos no discurso de posse de nossa querida presidenta – é método chamado de método acroamático. O método acroamático é aquele método mediante o qual o ensinante somente ensina. É monológico. O método erotemático é aquele método em que o ensinante, ao mesmo tempo em que ensina, também faz perguntas e recebe perguntas. É dialógico. Repetindo, o método erotemático é praticado fazendo e recebendo perguntas. É fundamentalmente dialógico. O método acroamático, como disse, é pura e simplesmente expositivo e monlógico. O método erotemático, insisto em dizer de novo, é dialógico.
Mas, já se viu que o método erotemático dialógico pode ser, por sua vez, catequético (religioso ou escolar) ou pode ser maiêutico-socrático (também religioso ou escolar).
O método erotemático dialógico catequético de aprendizagens religiosas ou escolares procede fazendo perguntas. Todavia, nesse método, as respostas já foram preparadas. Elas já existem e estão prontas. O métdo erotemático dialógico maiêutico-socrático procede buscando respostas que ainda não existem. (Mesmo quando as respostas existem, conhecida ou desconhecidamente, como no caso dos problemas de matemática propostos nos livros escolares, o método erotemático dialógico maiêutico-socrático procede perguntando e recebendo perguntas, como se a resposta ainda não existisse.) Por exemplo, quanto ao problema de, com quatro cortes verticais, repartir um bolo em 16 pedados absolutamente semelhantes, eu conheço a resposta. Mas, estou usando o método erotemático dialógico maiêutico-socrático com o qual procede-se fazendo e recebendo perguntas, bem como se pode sugerir algumas dicas que o aprendente já sabe, mas ainda não sabe que sabe.
O métdo rotemático dialógico catequéticom tanto nas aprendizagens religiosas, como nas aprendizagens escolares, mata a curiosidade, a inventidivdade, a deliberação e a liberdade dos aprendentes. Situa o aprendente na zona do conforto, como noutra situação, proclamou IvoneM. Em pesquisa psicanalítica freudo-lacaniana, chamamos a essa zona de conforto com o nome de zona do gozo. Tanta a expressão “zona de conforto” como a de “zona do gozo”, os aprendentes são situados num estado e numa existência tais, como se não houvesse nada mais a ser inventado, pois que tudo estaria pronto. É bem esse o método dos fundamentalismos! Basta então deitar-se, desfrutar e gozar o que o catecismo religioso ou escolar ensinam e pronto! Afinal de contas, as abelhas e a as formigas não são felizes fazendo catequeticamente seus ninhos e seus alimentos de que se servem há bem mais do que milhões de anos?
O ensino-aprendizagem erotemático dialógico religioso ou escolar, por si só, é a miséria dos aprendentes. Com esse ensino-aprendizagem, os aprendentes ficam mutilados do mais precios que há em suas almas: a curiosidade, a inventividade, a deliberação e a liberdade.
Sabemos que o cristianismo de Jesus aparece como uma irreverência e uma insurreição contra a LEI MOSAICA, a qual para os santos fariseus era considerada a lei divina, imarcescível e imutável. Segundo o método erotemático dialótico catequético religioso, portanto fariseu, - método em que as repostas já estão prontas – santo é todo aquele que pratica a LEI MOSAICA até seus últimos ii.
Na língua brasileira, o termo “mosaico”, enquanto adejtivo, refere-se à LEI MOSAICA, a Moisés, o fundador oficial da teocracia e religião dos judeus. Enquanto substantivo, “mosaico” refere-se a um amontoado de coisas. A LEI MOSAICA é um MOSAICO de leis. O fundador oficial da teocracia e religião católica apostólica romana e imperial é seu primeiro Summus Pontifex. Esse primeiro sumo pontífice do catolicismo apostólico romano e imperial nem sequer era bispo. Constantino Magno, conferir http://pt.wikipedia.org/wiki/Constantino_I e sumos pontífices do tipo dele, canonificaram o cristianismo. O DIREITO CANÔNICO é um MOSAICO de leis que se assemlha àqueles livros que os judeus consideravam a LEI MOSAICA. As ordens afonsinas, conferir http://www1.ci.uc.pt/ihti/proj/afonsinas/ ou http://pt.wikipedia.org/wiki/Ordena%C3%A7%C3%B5es_Afonsinas e as ordenações manuelinas, conferir http://www.ci.uc.pt/ihti/proj/manuelinas/ ou http://pt.wikipedia.org/wiki/Ordena%C3%A7%C3%B5es_Manuelinas com que Portugal organizou a dominação do Brasil durante mais de 300 anos são mosaicos de leis que se parecem bem ao mosaico das leis judaico e ao moscaico de leis católico apostólico romano imperial.
Ora, o cristianismo de Jesus é bem anterior e bem mais original do que o catolicismo apostólico romano imperial. De fato, entre as seitas humanas do cristianismo, o catolicismo apostólico romano imperial e canônico é uma seita que deu certo. Mas, não é a única seita humana do cristianismo, embora, canonicamente, ela se julgue a única, a exclusiva, e a verdadeiras, mesmo que se proclame que na casa do pai há muitas moradas. Conferir Jo 14, 2.
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