quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

120104 - Meu texto de um quarto de mil palavras




O escrever em estado de aprendência

Por jlcaon@terra.com.br



Sou também conhecido por este dizer: “o aprender não precisa de recompensa, pois que ele já é ela”. Durante os anos de ensino e todos os anos de minhas aprendizagens que ainda não se encerraram, sempre fiquei surpreso com as chamadas “aprendizagens hipotecadas”. Com elas, o estudante visa nota, isto é, valor ilusório, conferido pelo professor. Não aprende para a vida: aprende para a escola. O professor se rege pelo princípio: “Ensinei, quero salário!” O estudante rege-se por este outro: “Estudei, quero nota!” O professor é assalariado, isto é, um proletário. O estudante nem é assalariado, é um subprobletário.

A aprendizagem nas criancinhas, desde os primeiros dias de vida, é como a respiração: não para. Frequentemente manifestada em forma de curiosidade é considerada gracinha pelos pais e professores, até mais ou menos o segundo ou terceiro ano de escola primária. Então, o espírito de porco se instala: o aprender passa a ser o cultivo do pedagogicamente correto para alcançar boas notas. Poucos de nós continuamos com a curiosidade da criancinha: aprender por aprender, porque é felicidade.

Escrever é atividade aprendente. É praticar. É prática como a respiração. Enquanto aprendência, o escrever não precisa de recompensa, pois que ele já é ela.

O colisteiro hipotecado como aluno de escola de qualquer grau deve se sentir muito infeliz na CCC (Caon Comunidade Cultural) não inexiste espaço para esse baixo subproletário que se não espera por nota, espera por reconhecimento ou leitura de seu texto.



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