A crente metida a beata e a beata metida a crente
Por jlcaon@terra.com.br – 120111020416
A canícula com estiagem detonava as hortas de Gioconda e de Pascácia. Sem imitarem a dança da chuva que os índios dançam um pouco antes de chover, organizaram uma novena de procissões pedindo chuva.
Foi sucesso no primeiro dia e a cada dia a procissão engrossava.
No sétimo dia, Pascácia visitou Gioconda e quis ver-lhe a horta. Ficou surpresa, pois a horta de Gioconda estava verde e viçosa.
- Com pode tua horta estar verde se a minha está murcha e quase seca e se nossas rezas são as mesmas?
- Comadre! Vai ver que as minhas plantas têm fé e as tuas não.
Insultada com aquele ar blasfêmico, Pascácia retruca:
- Conta a verdade. Que é que está se passando?
- Comadre! Depois de cada procissão eu rezo, digo, rego as hortaliças todinhas.
Pascácia sentindo-se desaforada ainda acrescenta:
- Então, para quê vais às procissões?
- Para regar a alma. Fé é água para a alma e a água é fé para as plantas.
É conhecida a dança da chuva que os índios fazem um pouco antes de chover... Como é que sabem se não são meteorologistas? Saber de índio é saber de índio.
As beatas, sem o saber dos índios, dançam e desfilam em novenas. Mas, Gioconda sabe que água é fé para a planta e fé é água para a alma. E ela e as plantas se dão bem.
http://luckycz.multiply.com/video/item/9/9?&show_interstitial=1&u=%2Fvideo%2Fitem
http://www.youtube.com/watch?v=2QwRKWl8EBs&feature=related
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http://www.coral.ufc.br/blog/coralufc-blog/categoria/videos/procissao-da-chuva
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