quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

A existência digital moraliza?

Bem fala quem bem lê e bem lê quem bem escreve.
E o vem a ser “bem escrever?”



Por jlcaon@terra.com.br 1201830412

   “Ars gratia artis” (arte pela arte) está bem presente em “scribere gratia scribendi” (escrever pelo escrever). O escrever não precisa de recompensa, ele já é ela.
   Escrever profissional ou eruditamente é escrever para ser lido por leitor que não escreve. Escrever amadora ou bricoleiramente é escrever para leitor por quem também escreve, como no escrever cartas ou emeils.
   As cartas formam a literatura do gênero epistolar. Os emeils formariam a literatura do gênero emeiliano?
   As pessoas que recebe carta e não a responde não são denunciadas como o são as pessoas que recebem emeils e ou não os respondem ou não acusam tê-los recebido.
   A existência digital tem algo que os antigos pensavam estar no Juízo Final: o “nihil inultum remanebit” (nada ficará oculto). Agora, isso não precisa ser postergado para o Juízo Final! A informática está permitindo moralizar esse país.
   Não é incomum ver o sistema confirmar que o emeil enviado foi aberto ou lido. Mesmo assim, emelistas relapsos dizem que não receberam o emeil, conformado pelo sistema. A existência digital moraliza!
   A pergunta inicial “que é bem escrever?” teria outro encaminhamento senão o de considerarmos nossa escrita como a feição de nosso corpo? O estilo não é a feição de nosso corpo?
   Não adianta fazer pose para aparecer diferente na foto. Não adianta fazer cópias, plágios, citações. Citar, copiar, plagiar é se mostrar, mesmo achando que estamos posando.

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