sábado, 21 de janeiro de 2012

A pesquisa psicanalítica tem método próprio e não se serve da pesquisa universitária nem na criação nem na redação

Do discurso sintático verbal
para o discurso sintático alfanumérico (algébrico) e vice-versa

Por jlcaon@terra.com.br 120121 030710
Para Cristina e Ana

 "Caon, a Ana e eu fizemos o desenrolar passo a passo (no meu passo de quase débil mental) da equação. Levo segunda porque é difícil escrever em frações no computador. Cristina”.
 Cristina e Ana, é dessa maneira mesmo que se há de proceder: passos de tartaruga (vagarosos) e passadas de toupeira (sempre com as patas presas ao chão), assim não há como cair na retórica verboso-encantadora-esvoaçante dos sofilistas (essa monstruosidade meio sofista meio lacanista) que tanto desgraça a pesquisa psicanalítica prática e em ação no Brasil.
 Assim a lacaniada brasileirona recusa traduzir a expressão die psychoanalytische Forschung (Freud) e la recherche psychanalytique (Lacan), por pesquisa psicanalítica, pura e simplesmente. Não é somente com redação de nomes e fórmulas que se pesquisa. Precisa-se de enjambrações ou bricolagens aprendentes, para começar. Isso dão-nos a clínica e outras situações paraclínicas.
 Uma coisa é produzir conhecimento que nunca existiu até o presente: coisa de grandes inteligências. Coisa parecida é produzir conhecimento que já está aí disponível, à maneira como se ele ainda não existisse. Não se faz o mesmo percurso do pesquisador original. Para aceder ao conhecimento que Lacan conseguiu nos mais de 30 anos de pesquisa psicanalítica, precisaríamos mais de 30 anos (contando com o vigor, tenacidade, perseverança e capacidade de aprender como ele).
 Nós precisamos de transposições didáticas práticas. Os gênios não precisam delas. Mas, nós, sem elas, não sairíamos da devoção.

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