sábado, 21 de janeiro de 2012

Respondendo ao emeil de Cristina Fogaça...

O olhar está para o ver assim como o escutar está para o ouvir



Por jlcaon@terra.com.br 120121030709
Para Cristina Fogaça

 Na comparação entre os verbos “olhar” e “ver”, vou descartar o verbo "enxergar" que, às vezes, fica bem no lugar de "olhar"; outras, de "ver"; outras ainda vai servir para substituir simultaneamente os dois.
 Prefiro continuar com olhar e ver, escutar e ouvir, etc.
 A criancinha recém nascida nada vê, mas tudo olha e, como sabemos, o ver das criancinhas anda mais devagar do que o ver dos adultos. Assim também o escutar-ouvir.
 O cego não vê, mas olha; o mudo não ouve, mas escuta. Não precisamos do olho para olhar nem do ouvido para escutar. Para ver, precisamos do olho e, para escutar, precisamos do ouvido (interno).
 No escuro, continuamos olhando sem nada ver e como, então o olho em nada nos ajuda, lançamos mão das mãos com as quais apalpamos (vemos). No escuro vemos com as mãos que apalpam.
 No silêncio (quando fazemos silêncio essencial) ao ouvirmos a fala do psicanalisante (não ficando na comunicação pura e simples), então estamos em condição de escutar justamente os restos, dejetos, abjetos, bobagens, inutilidades da fala, a qual diz muito mais que aquilo que o falante (psicanalisante) comunica.
 Fora da situação psicanalítica, encontramos essa possibilidade de escutar para além da comunicação, nas falações chistosas, poéticas, aprendentes...
 Exemplo:
 PERGUNTA: Por que é que as loiras contam piadas burras aos homens?
 RESPOSTA: Para que eles AS entendam. (Entendam as piadas ou as loiras?)

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