quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Um experimento ou enjambração de fim de século e de vida

LA BRINA  (1987-1997)


La brina casca piangente,
comme cáscano le ore, i giorni, i mesi, i anni...
Mi, con la brina su la testa,
vardo il fredo par la finesta.
Ma la piu freda e brava brina,
non ze la brina de la matina;
non ze la brina vista par la finesta;
ze la brina che casca nella mia testa...

Casca, casca brina!
Ze la tua festa!

E fá fredo grando par tutto:
nel prado e par la finesta
e nella mia testa.
Pero, nel mio cór non fá fredo,
poi ché nel il dolore arde...
E dir chei altri pensan
Ch’il arde d'amore...

Casca brina!
Casca sulla mia testa!
Fá la tua malabenedetta festa!

Domani fará caldo,
nei giorni freddi de la vita.
Soltanto, mi non saró piu cui!


L'inverno



Aggiacciato tremar trà nevi algenti
Al Severo Spirar d'orrido Vento,
Correr battendo i piedi ogni momento;
E pel Soverchio gel batter i denti;

Passar al foco i di quieti e contenti
Mentre la pioggio fuor bagna ben cento;
Caminar Sopra'l giaccio, e à passo lento
Per timor di cader gersene intenti;

Gir forte Sdruzziolar, cader à terra,
Di nuovo ir Sopra 'l giaccio e correr forte
Sin ch'il giaccio Si rompe, e Si disserra;

Sentir uscir dalle ferrate porte
Sirocco, Borea, e tutti i Venti in guerra
Quest'è 'l verno, mà tal, che gioja apporte.


Winter


Frozen and trembling among the chilly snow,
exposed to horrid winds,
our legs tremble with cold,
our teeth chatter with the frightful cold.

We move to the fire and contented peace,
while the rain outside pours in sheets.
Now we walk on the ice, with slow steps,
attentive how we walk, for fear of falling

If we move quickly, we slip and fall to earth,
again walking heavily on the ice,
until the ice breaks and dissolves.

We hear through the closed doors
Sirocco, Boreas and all the rushing winds at war -
this winter, but such as brings joy.


INVERNO: O primeiro movimento une-se à primeira estrofe. O segundo, de curta duração, prende-se apenas aos dois primeiros versos da segunda quadra. Os demais versos estão vinculados ao terceiro, desenvolvendo-se num crescendo cuja interpretação aceita algum optimismo. O Inverno, podemos sentir a imagem de alguém tremendo sem parar sobre a neve, castigado pelo severo soprar do vento cortante, a sensação de correr batendo os pés a todo o instante e o bater dos dentes em um frio intenso. Em seguida, o aconchego de ficar ao fogo, quieto e satisfeito, enquanto a chuva do lado de fora a tudo banha, pode ser perfeitamente sentido pelo doce e expressivo solo de violino do Segundo Movimento, e também pelo pizziccatto da orquestra imitando a chuva. O Terceiro sugere o caminhar sobre o gelo, a passos lentos, com medo de cair, o caminhar com mais decisão e cair sobre a terra, novamente, ir sobre o gelo e correr forte, sem que o gelo se rompa. Ao final podemos sentir, apesar do frio, dos ventos e da neve, uma alegria.


Que possamos apreciá-las.

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