segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012


A sexualidade: questão de tato



Por jlcaon@terra.com.br 120205060123



Carlos Fernando Karnas, um texto com mais de um quarto de mil! “Mas, não podia mesmo caber num quarto de mil”, me diz Estafermo, para meu consolo!

Começando por “Messalina”, um curta que é prata da casa,

http://www.youtube.com/watch?v=wDH3A1i00mU,

não dá para deixar de transcrever no texto os nomes de Cristiane de Oliveira (diretora) e Vanise Carneiro (atriz). Suponho que o leitor curtiu o filminho. É realmente coisa de tato! Elas o dizem melhor do que eu.

O ver no escuro não serve para nada. Ainda bem que no escuro a gente começa a olhar.

No escuro sobrevive o som. Mas, de quem seria o som de um peido numa ceia de irmãos maristas, quando a luz se apaga? O sábio que acredita no olfato não se engana: “É do Irmão Externuto. Parulho engana, mas xero non!”

E às cegas, o pároco sommelier não se engana quando o malvado excomungado lhe oferece um cálice enorme com uma calcinha de mulher no fundo da taça: “Não é de minha paróquia!”, diz o sommelier que jamais promove uvas de outras paróquias.

E ainda confiando no paladar, jovem ginecologista responde a velho colega que debocha do jovem pesquisador, quando este anuncia, em pleno congresso, que encontrara clitóris como um pepino. O ancião respaldado em experiência de cem anos de solidão rebate: “Encontrei clitóris de muitos tamanhos, mas do tamanho de pepino, isso, no mínimo é exagero do jovem e entusiasmado colega.” E o jovem: “Não é questão de tamanho, senhor, mas de paladar!”

E assim vai ver que a sexualidade é debochada pela visualidade, pela sonoridade, pelo olfato, pelo paladar, mas pelo tato, jamais alguém enganou ou foi enganado pelo tato. E do tato, nunca se debocha!

A toupeira (do meu mito que é o mito da Pascácia) é sábia também em questões não-sexuais: é que ela sempre tateia, não se confia nos outros sentidos. Uma das vitórias do tato, contada na minha adolescência, para explicar a teoria da comunicação: “Primeiro é mão com mão; em seguida, é mão com coisa e, finalmente, é coisa com coisa.”

O tato não engana nem se engana. Por isso, a sexualidade é de fato uma questão de tato.

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