domingo, 11 de março de 2012

Um carteado entre Franklin, Maia e eu





Franklin, agora so falta o aval do Maia, para lançarmos o carteado na comunitá de monumentos e argumentos do Antônio Prado do Sul. Mas, seria interessante ter o endereço eletrônico daquele DVD espetacular que enviaste, alertando para cosias óbvias que a gente em vendo nem enxerga nem olha.







UM CARTEADO DE E-MAILS ENTRE FRANKLIN CUNHA, HERBERT EDOSN MAIA E ESSE FASCINADO POR PASCÁCIA E ESTAFERMO!







O velhinhos estão surdos , mas não afásicos.



Como disse???



AFÁSICOS !!!!



Ahhh .eu pensei que tinhas dito "afásicos ".







Não é verdade, só estamos abalados e quase siderados com o psicanalista que diz curar a homossexualidade.



Coitado, mal sabe ele que quem dá uma vez, dará per omnia saecula saeculorum.



Na próxima cimeira , convidarei um (a) para provar o que todo o mundo sabe (menos o tal psicanalista).



Ergam-se companheiros, ao vento sobranceiro !!!.



FC











Só mais uma coisa Franklin, homossexual dá porque é homossexual, não vira homossexual porque dá. Há muito homossexual que não dá, mas é homossexual. I scapolotti e le scapolotte nos profondos rincões medievais das Antas do Prado são prova disso. Não trepavam heterossexualmente, não davam homossexualmente, nem tinha as saida barranqueira das peonada. Outrossim, nos internatos masculinos e femininos, semnários, exército, escoteiros, especialmente nas prisões, se não for tu vai tu mesmo. O inconsciente não sabe quem vem pela frente ou por trás. Nos meus tempos parisiense, em que fiquei na Maison do Brasil, havia um residente médico paulista que de vez enquando prorrompia num lamento: "Na carência em que me encontro, já me apanhei chamando a urubu de minha loirinha!" Pobre xixicanalista: "Não sabe que ser homossessual não é para quem quer, é para quem pode." E é o caso do heterossexual também. O infeliz está com inveja por não ser capz de fazer aquilo que não pode. Mas, mesmo que o faça ocasionalmente isso é apenas um quebra galho. Não é a ocasião que faz o ladrão; o ladrão se encontra a ocasião ele aproveita, se não encontra ele faz a ocasião. Que bruta gente que estudam para entender os outros e nem se entendem e suportam a si. Me parece o caso da voluntária leprosa que pediu para ser assistente de médico no leprosário, para tratar as outras leprosas... Co se ze mui, se ze mui. Não é muito progresso passar de anta quadrúpede para ante bípde implume. Libiamo e ridiamo. Amichevolemente,



José Luiz Caon











----- Original Message -----



From: Herberto Edson Maia



To: 'Franklin Cunha'



Sent: Sunday, March 11, 2012 6:36 AM



Subject: RES: Já que os velhinhos não falaam mais, falo eu !!!







Franki So falta o Caon explicar para aprimorar o contexto da discussão algo também muito interessante. Eu me lembro de uma paciente que teve seis filhos e como ela era jovem e já numa época que o maximo que se admitia seriam dois. A pergunta que ficava era porque? A resposta “ É porque quando estou grávida me sinto maravilhosamente bem e em dois dos meus partos normais eu tive uma sensação tão maravilhosa que eu identifiquei como uma espécie de orgasmo” Elucubrações minhas – A passagem do feto pelo canal vaginal se equivaleria a uma relação sexual orgástica onanistica? Ou mais como a experiência de um númeno na linguagem Bioniana. Experiencias como essa geram uma espécie de Fé que não tem nada de religioso, mas sim de verdade altamente significante nos termos de Lacan no nível pessoal. Esta é uma verdade única numinosa e pessoal. Segunda elucubração - Freud postulou a hipótese de duas pulsões a nível de principio incontestável e portanto transcendentes. Pulsão de Vida ou Eros e Thanatos ou pulsão de morte. Eros para sobreviver já que ele é o Anjo da espécie, pois ao mante-la viva seria eterno no tempo maior, prezaria ao maximo o individuo que procria, pois só através da procriação haveria eternidade para Eros. Outra elucubração para ser aprimorada pelos velhinhos falantes é se haveria possibilidade de um contato numinoso altamente significante para a experiência pessoal entre Eros e essa mulher. Outra elucubração - o individuo separado não procriador não teria valor para a eternidade da espécie portanto seria livre para durante sua curta vida ser o que bem quisesse sem nenhuma culpa erótica?( pecado original) Neste novo contexto não subiria vertiginosamente a importância da mulher?( para Eros ou para nos homens) Lembro que numa reunião clinica em que eu era o coordenador na FFCSPA, um psicanalista foi apresentar três casos de cura da homossexualidade por ele e como a propaganda da reunião saiu na mídia la estavam presentes membros de sociedades homoafetivas. A briga foi tão pesada e que acho que só se amainou quando eu levantei a hipótese acima, mas que acho que não foi entendida pelo psicanalista, mas ao mesmo tempo ficou palatável para os representantes das entidades. Depois falando comigo esses representantes acharam interessante a possibilidade de conciliação do individuo com a espécie com algo original e interessante para ser melhor discutido. De novo passo para os velhinhos falantes. Um abraço, Maia.







Carta e-mail 01: From Franklin:







O velhinhos estão surdos , mas não afásicos.



Como disse???



AFÁSICOS !!!!



Ahhh ... eu pensei que tinhas dito "afásicos ".



Não é verdade, só estamos abalados e quase siderados com o psicanalista que diz curar a homossexualidade.



Coitado.... mal sabe ele que quem dá uma vez, dará per omnia saeculom saeculorum.



Na próxima cimeira , convidarei um (a) para provar o que todo o mundo sabe( menos o tal psicanalista).



Ergam-se companheiros,



ao vento sobranceiro !!!.



FC







----- Original Message -----



From: Herberto Edson Maia



To: 'Franklin Cunha'



Sent: Sunday, March 11, 2012 6:36 AM



Subject: RES: Já que os velhinhos não falaam mais, falo eu !!!







Carta e-mail 03, From Maia:



Franki So falta o Caon explicar para aprimorar o contexto da discussão algo também muito interessante. Eu me lembro de uma paciente que teve seis filhos e como ela era jovem e já numa época que o maximo que se admitia seriam dois. A pergunta que ficava era porque? A resposta “ É porque quando estou grávida me sinto maravilhosamente bem e em dois dos meus partos normais eu tive uma sensação tão maravilhosa que eu identifiquei como uma espécie de orgasmo” Elucubrações minhas – A passagem do feto pelo canal vaginal se equivaleria a uma relação sexual orgástica onanistica? Ou mais como a experiência de um númeno na linguagem Bioniana. Experiencias como essa geram uma espécie de Fé que não tem nada de religioso, mas sim de verdade altamente significante nos termos de Lacan no nível pessoal. Esta é uma verdade única numinosa e pessoal. Segunda elucubração - Freud postulou a hipótese de duas pulsões a nível de principio incontestável e portanto transcendentes. Pulsão de Vida ou Eros e Thanatos ou pulsão de morte. Eros para sobreviver já que ele é o Anjo da espécie, pois ao mante-la viva seria eterno no tempo maior, prezaria ao maximo o individuo que procria, pois só através da procriação haveria eternidade para Eros. Outra elucubração para ser aprimorada pelos velhinhos falantes é se haveria possibilidade de um contato numinoso altamente significante para a experiência pessoal entre Eros e essa mulher. Outra elucubração - o individuo separado não procriador não teria valor para a eternidade da espécie portanto seria livre para durante sua curta vida ser o que bem quisesse sem nenhuma culpa erótica?( pecado original) Neste novo contexto não subiria vertiginosamente a importância da mulher?( para Eros ou para nos homens) Lembro que numa reunião clinica em que eu era o coordenador na FFCSPA, um psicanalista foi apresentar três casos de cura da homossexualidade por ele e como a propaganda da reunião saiu na mídia la estavam presentes membros de sociedades homoafetivas. A briga foi tão pesada e que acho que só se amainou quando eu levantei a hipótese acima, mas que acho que não foi entendida pelo psicanalista, mas ao mesmo tempo ficou palatável para os representantes das entidades. Depois falando comigo esses representantes acharam interessante a possibilidade de conciliação do individuo com a espécie com algo original e interessante para ser melhor discutido. De novo passo para os velhinhos falantes. Um abraço, Maia.







De: Franklin Cunha [mailto:franklincunha@terra.com.br]

Enviada em: sexta-feira, 9 de março de 2012 21:19

Para: silver36@terra.com.br; mareusoares; Airton Fieschman; Bruno Mendonça Costa; José Luiz Caon; Herberto Edson Maia; Norma U. Escosteguy

Assunto: Já que os velhinhos não falaam mais, falo eu !!!







CARTA E-MAIL from jlcaon para Franklin



Só mais uma coisa Franklin, homossexual dá porque é homossexual, não vira homossexual porque dá. Há muito homossexual que não dá, mas é homossexual. I scapolotti e le scapolotte nos profondos rincões medievais das Antas do Prado são prova disso. Não trepavam heterossexualmente, não davam homossexualmente, nem tinha as saida barranqueira das peonada. Outrossim, nos internatos masculinos e femininos, semnários, exército, escoteiros, especialmente nas prisões, se não for tu vai tu mesmo. O inconsciente não sabe quem vem pela frente ou por trás. Nos meus tempos parisiense, em que fiquei na Maison do Brasil, havia um residente médico paulista que de vez enquando prorrompia num lamento: "Na carência em que me encontro, já me apanhei chamando a urubu de minha loirinha!" Pobre xixicanalista: "Não sabe que ser homossessual não é para quem quer, é para quem pode." E é o caso do heterossexual também. O infeliz está com inveja por não ser capz de fazer aquilo que não pode. Mas, mesmo que o faça ocasionalmente isso é apenas um quebra galho. Não é a ocasião que faz o ladrão; o ladrão se encontra a ocasião ele aproveita, se não encontra ele faz a ocasião. Que bruta gente que estudam para entender os outros e nem se entendem e suportam a si. Me parece o caso da voluntária leprosa que pediu para ser assistente de médico no leprosário, para tratar as outras leprosas... Co se ze mui, se ze mui. Não é muito progresso passar de anta quadrúpede para ante bípde implume. Libiamo e ridiamo. Amichevolemente,



José Luiz Caon







Carta e-mail jlcaon para Maia



Pois, Maia, tuas observações em deriva avançam como correnteza.



Apenas para ver como essa figuração de homossexalidade é como fenótipos que aparecem diferentemente a partir de um mesmo genótipo, como se sabe pela Genética. Ou uma única estrutura aparece em diferentes figuras,



No Manual dos Psiquiatras Amaricanos, hava o diagnostico psicopatológico de homossexualiade. Foi retirado. E por que? Por que muitos dos compiladores do Manual agora eram homossexuais.



Já viu raposa em tribunal julgar raposas porque essas comem galinha? Ou Juís traficante condenar traficantes? Ou deputados despudorados condenarem o igual?



Já vi dentista com dentes estragados cuidando dos dentes estragados do cliente, já vi professor de fisiologia dar uma excelente aula de fisiologia se ganindo de indigestão...



Mas, homossexualidade ou heterossexualidde não é profissão que se adquire como odontologia, psiquiatria, psicanálise, é muito mais. Não tem batismo que torne alguém homossexual ou heterossexual como o batismo que pode tornar (?) alguém cristãozinho ou qualquer outra coisa.



Assim como a mulher aquela que citas se permitia ter orgasmos santateresianos na hora do parto, tem quem tenha as mesmas e melhores experiências até se "frottando" nas grandes multidões de jovens que pulam e pulam e pulam sem saber para quem estão se frottando e frottando. É um prolongamento do carnaval de rua que não se submete a essas escolas militares carnavalescas da sexualidade. O gozo é depois ou pensando no depois!



Nossa sexualidade humana, como se sabe, é bem diferente da dos bichinhos que não passam do nheconheco: essa nossa sexualidade não para de se manifestar e se não for tu, como se diz, vai tu mesmo. Os animais não namoram e se excitam a não ser presencialmente, via cheiros químicos e sons ou ruídos. Mas, trepar e se orgasmar com Marilin Monroe! Que bichinho seria capaz desse portento? O que Freud ergueu apenas dizendo aquilo que não podíamos dizer, apesar de estar estar na nossa cara! Pois, tem freudiano que ainda não chegou ao tempo de Freud. É, nem tudo que boia é navio!Amichevolemente, jlc



José Luiz Caon







AO ENSEJO DESSE ANTOLÓGICO TEXTO MANDADO POR FRANKLIN CUNHA, NO FIM ESTÃO MINHAS CONSIDERAÇÕES;











Subject: Já que os velhinhos não falaam mais, falo eu !!!















“A MULHER NÃO EXISTE "



(Apud Jacques Lacan)



Franklin Cunha







“ Não nascemos mulher, nos construímos “



Simone de Beauvoir ( in O segundo Sexo)











“ A homossexualidade – masculina ou feminina – é uma espécie de protesto contra o falocentrismo e a prática heterossexual compulsórios”.







Judith Butler ( in Problemas de Gênero)







A surpresa da afirmação de Lacan só surpreendeu a quem não se lembra do que disse Freud. " Não esqueçam que somente descrevemos a mulher na medida em que seu ser está determinado por sua função sexual. Essa influência chega, certamente, muito longe, mas não percamos de vista que além desse aspeto, cada mulher pode ser também um ser humano. Se quiserem saber mais sobre a feminilidade, consultem suas próprias experiências de vida ou dirijam-se aos poetas ou melhor, esperem que a ciência possa dar uma explicação mais profunda e coerente".( De um texto sobre a Feminilidade, 1931).



Se cada mulher “ pode ser também um ser humano e que sua função sexual chega muito longe“, é uma afirmação mais surpreendente do que a de Lacan, embora o velho esperto e experto ( como o diabo) Sigmund, delegou a solução do dilema da “ humanidade da mulher “ para os poetas e para os cientistas, embora , a nosso ver, os primeiros tenham , para o entendimento das mulheres, maior e melhor contribuição do que os últimos. Em todo o caso, ele deixa claro que há uma espécie de desdobramento do que sejam as mulheres: seres humanos algo diferentes e em todo o caso mais complexas e, para o nosso entendimento, “ mais complicadas “ não por elas em si, mas por força dos falocratas de agora e de sempre. Não esqueçamos que no tempo de Freud - e mesmo em plena a atual pós-modernidade, seja lá o que o termo queira significar - a única maneira de recuperar um lugar e uma função social para a mulher era a maternidade, especialmente para aquelas que pariam filho do sexo masculino.



Num seminário de Lacan de 1980, lemos:



“Tudo o que faz parte da categoria do humano se relaciona com o falo e esta relação é, em primeiro lugar uma relação com o significante, com a ordem simbólica.(F. Saussure). As mulheres não fogem disso e por conseguinte não têm que ser imaginadas como dotadas de uma natureza anti-fálica ou a-fálica da qual não há traços no inconsciente delas“. Como todo o ser humano, as mulheres estão sob a instância do significante, mas compartilhar esta idéia com os homens não as aproximam deles, pelo contrário, as afastam. Donde se deduz que a mediação da linguagem, quando feita somente através de significantes (pois os signos lingüísticos foram estabelecidos discricionariamente por falocratas empedernidos), instaura o mal-entendido na comunicação entre os sexos a tal ponto que Lacan disse certa vez com grande e surpreendente contundência: “ A relação sexual não existe “. É o filósofo esloveno Slavoj Zizek(1949 -) que explica este aparente paradoxo ao dizer que, por não haver nenhuma fórmula simbólica universal de relação complementar entre os sexos,( homens e mulheres são simplesmente seres humanos, sem adjetivos e sem interpretações iluministas ou pós-modernas), qualquer relação entre eles tem que se suplementar com características individuais, espécie de muletas fantasmáticas que são as únicas capazes de sustentar relações sexuais prazerosas. ( “ Sem mistério, sem fantasia, não há poesia nem imaginação erótica”). Se o nó desta fantasia se desata,(e isto acontece quase sempre na convivência diária e duradoura), perdemos nossa capacidade universal para a atividade sexual eroticamente satisfatória.



Em congresso sobre a sexualidade feminina, Lacan retoma o tema e entre 1920 e 1930 chega à conclusão de que, afinal de contas, o dito debate, pleno de idéias contraditórias e equivocadas, não esclareceu a questão, mas, pelo contrário, a obscureceu.



Não obstante, Freud teve nele uma participação decisiva, de modo que depois de 1925 já não se limitava a dizer que as meninas eram uma espécie de varões frustrados ( outra maneira de dizer que a mulher não existe) e que além disso, tinham um psiquismo diferente.



Até que chegam Michel Foucault (1926-1984) e Judith Butler.( 1956 - )



Estes dois autores, o primeiro a partir de sua História da Sexualidade e a última com obras posteriores( Problemas de Gênero e outras), têm tentado suplementar suas críticas à psicanálise com uma descrição “positiva” da formação da identidade sexual, ( melhor diríamos: das identidades) baseadas tais críticas no mecanismo freudiano. Butler parte da definição freud-lacaniana de repressão e forclusão.



A repressão é um ato por meio do qual o sujeito, conscientemente, reprime alguns conteúdos psíquicos para manter seu equilíbrio mental. A forclusão é um gesto negativo de exclusão ( desmemoria?), um gesto do qual depende a consistência de sua identidade. Diferente da repressão, a forclusão não pode ser assumida pelo sujeito posto que esta percepção o desintegraria psiquicamente.



Butler vincula esta forclusão primordial com a homossexualidade: é a forclusão do apego apaixonado ao idêntico ( ao progenitor do mesmo sexo), um apego que o sujeito terá de sacrificar para adquirir uma identidade no espaço da ordem sócio-simbólica heterossexual impositiva. A lógica de Butler inova no sentido de revelar que a forclusão ( ou lei ) primordial, não é a proibição do incesto, pois esta lei pressupõe a vigência na criança da norma falocrática heterossexual, na qual o desejo incestuoso se dirige ao progenitor do sexo oposto, porém esta heterossexualidade normativa foi divulgada na cultura psicanalítica em virtude da forclusão prévia do apego homossexual considerado anormal, de-generado ( isto é, incompatível com o gênero humano).



É a mesma Butler que conclui: “O conflito edípico pressupõe que o desejo heterossexual é natural na criança e que a diferença entre o hétero e o homossexual entra em vigência desde os primórdios da infância. Neste sentido, a proibição do incesto pressupõe a proibição da homossexualidade, pois impõe a heterossexualização do desejo”. (Butler: The Psychic Life of Power )



.



Nesta perspectiva, o estabelecimento na crença tanto da heterossexualidade normativa como da ”naturalidade” da predominância sexual masculina, enfim da tradicional e velha falocracia, são construções ideológicas em toda a parte presumidas, mas nem sempre comprovadas, porém divulgadas na literatura, no folclore, na história e mesmo na psiquiatria, enfim, na cultura do ocidente cristão em geral..



Nada teríamos a estranhar de tal ideologia falocrática, quando sabemos, por exemplo, que foi somente em 1973 que a Associação Psiquiátrica Americana, retirou o homossexualismo da lista dos Distúrbios de Conduta. E não se pense que esta exclusão (como foi a inclusão dela), tenha sido fruto de uma pesquisa científica provando que os homossexuais são mais ou são menos emocionalmente perturbados ou perigosos para a ordem social e psíquica do que os heterossexuais. Esta medida da APA foi apenas uma resposta às pressões de ativistas em prol dos direitos dos homossexuais e de psiquiatras gays, os quais refletem uma mudança cultural nas crenças tradicionais sobre a sexualidade, crenças estas ainda vigentes em fundamentalistas de extrema direita e, mais grave ainda, na ideologia de alguns psiquiatras. E - infelizmente, dizemos nós – da igreja católica. Pois não é verdade que afinal, não importa de que sexo ou gênero sejamos, somos todos - mulheres, homens, gays e lésbicas – pobres e desamorosos filhos de Deus ? Constante e insaciavelmente ávidos de amor e paixão?



Por fim, lembramos um homossexual de gênio quando, se referindo ao cuidado com que devemos interpretar certas teorias vigentes , disse:







“O voi ch´avete gl´ intelletti sani



Mirate la dottrina che s´asconde



Sotto´l velame delli versi strani !”







Dante Alighieri



Frnaklin, cum grano salis!







o termo “inconsciente” aparece somente uma vez.







“A mulher não existe” e “A relação sexual não existem” são frases midiáticas que precisam ser debulhadas e serem lidas no seu contexto lógico-matemático-topológico.



A primeira é um matema lógico e a formulação retórica existe para primeiro a mídia italiana que queria esnobar a Lacan: "Lacan dice que la donna non c'è." Ou coisa parecida. Com se escanalizarm à bessa, Lacan continuou com firulação.







A segunda é uma tradução vil, pois o que é em francês é "rapport" que o próprio Lacan às vezes substitui malevolamente por "rélation"? Rapport é termo matemático da proporcionalidade, isto é, a razão entre dois e quatro equivale à razão entre seis e doze. Então, não há equivalência de gozo no coito do homem com a mulher, não há razão de proporcionaldiade entre ambos. Só isso. Quem não sabe isso? Cada qual com seu gozo: 1) ou um tem e a outra tem, 2) ou a outra tem e o outro não tem 3) ou o outro tem a a outra não tem, 4) ou ambos não têm. E se esgotam as possibilidades.



Quando Tirésias foi consultado pela Deusa do mulher de Júpiter sobre a proporção de gozo no ato sexual dela e de Júpiter, (Tirésias tinha sido homem que virou mulher e que voltou a ser homem!), pois Tirésias, sabedor das coisas por experiência, disse: “O gozo de Júpiter equivale a 1/10 do gozo da Deusa. Revoltada ela o cegou incontinenti. Júpiter, com pena da cegueira do Tirésias, deu-lhe o dom da profecia e da interpretação da profecia.



Psicanálise depois de Lacan somente com matemas lógicos e topológicos!



O resto é firualação retórica que está tornando a psicanálise de valor científico em valor cultural meio ultrapassado.



E cosi la nave và. Abraço, jlc



José Luiz Caon











E mais um pouco para finalizar esse carteado:



From Franklin Cunha:







Quem sabe, sabe ...



O texto, em geral, não é absolutamente entendido por meus colegas, mesmo psiquiatras. Trata-se , na verdade, de elocubrações que nos remetem a uma série de conceitos que, como o Nó Borromeu, podem ser desfeitos apenas desmascarando um deles.Mas como falar com quem nunca leu Freud, lacan, Judith Butler, Simonde Beauvoir e outros bichos?



Ma, furbo come tu, è dificile trovarse.



Abraço



Franklin



E for fim jlcaon:







Santa Pace, Franklin, furbo é coisa de perspiração cotidiana mais do que inspiração ou piração, como dizia o nosso americano: Ginius is 99 perspiration and 1 percent inspiration. Agora, imgina uma pessoa que tem as duas coisas: aí temos um Neimar, um Einstein, etc. Mas, imagina que tenhamos uma pessoa sem nenhum dos dois: ai temos uma ante de duas pernas. É como agente diz dos doutorandos: tem uns que tem cabeça, mas não têm bunda para sentar; outros tem bunda, mas não tem cabeça; há uns que tem as duas coisas em bora não o tempo todo; agora imagina o que nem tem cabeça nem bunda. Uma anta de duas nípede e implume!







Espetacular o DVD com anuncios impactantes. A declaração do mal é sempre mais dolorosa que o próprio mal. Mas, a verdade não vem de graça. Abr jlc



José Luiz Caon

Um comentário: